Pedrinhas Colecionáveis

Aprendi com uma criança que colecionava pedras que não é a beleza nas coisas que impressiona e sim a inspiração que elas entregam.

Um menino me mostrou pedra por pedra da sua coleção e contava o motivo exato de cada uma estar ali. Com bastante entusiasmo e entonações variadas na fala, dizia "essa é uma escada para formigas, essa é um dente de um tiranossauro rex bebê, essa é um pedaço de um meteoro, essa tem um mapa do tesouro". Fiquei animada em ver todas, pois cada uma era realmente especial.

Notei que o critério que ele usava para elas estarem juntas não era beleza física ou formatos perfeitos, mas todas elas remetiam a ideia de uma FUNÇÃO. Elas transpareciam ser algo ALÉM DO ÓBVIO, elas inspiravam algo maior.

Parei para pensar se eu mesma seria uma "pedra colecionável", se eu mesma despertaria esse tipo de ANIMAÇÃO a um colecionador. Ou ainda, se eu seria capaz de encontrar "pedras colecionáveis" no meu caminho.

Superficialidade ou profundidade? O que eu estou oferecendo para as pessoas com quem eu convivo são conversas banais e atitudes automáticas ou são discussões de ideias e ações pensadas voltadas para o bem? O que eu estou entregando?

Inspiração ou influência negativa? A forma com a qual me relaciono com a vida inspira admiração e é um convite para as pessoas evoluírem ou desperta inveja e ressentimentos nelas? Qual está sendo a minha função?

O legal é que sendo uma pedra colecionável, também posso ser um colecionador. Afinal, um colecionador também precisa ter um olho que vê em profundidade e ninguém consegue enxergar o que não tem dentro de si.

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